Thursday, July 26, 2007

floresta do sofrer III

E lá estava ela mais uma vez. A moça pálida de olhos tristes trazia nas mãos suas sementes. Segurando firme para não perdê-las enquanto caminhava na escuridão.
Salivava o tão conhecido gosto amargo da tristeza e cuspia diversas vezes na tentativa de se livrar do que aquele gosto ruim significava.
Entre soluços e lágrimas caminhava procurando um bom lugar para plantar suas sementes. Entre seus maus sentimentos, dessa vez, existia a raiva. Uma raiva desmedida de si mesma. E ela nem sabia porque sentia.
Não achava ruim ter que voltar ali, enfim, já tinha se acostumado e voltar na sua floresta era preciso. Mas, sempre se espantava com a quantidade de árvores plantadas por ela mesma. Apesar de tudo se sentia segura naquele lugar que era só seu.
Então fez o que tinha de fazer: Enterrou as sementes. Chorou muito, o suficiente para deixar úmido todo chão da floresta. regou suas plantas. Conteve as lágrimas. Controlou a raiva que sentia de si. Já era dia. Virou as costas e caminhou de volta para casa, sabendo que logo voltaria.


Se quer entender mais, precisa ler também:
http://antipoetico.blogspot.com/2006_05_01_archive.html
http://antipoetico.blogspot.com/2006_11_01_archive.html

1 comment:

cacomigo said...

que o sofrimento seja para plantar, para crescer e para lavar...
essa não eh uma floresta triste, mas sim de ensinamentos...

te amo te amo te amoooooooo