Vai, me deixa ser humana mesmo que em demasia.
Me deixa ter anseios e fobias.
Não vem querer racionalizar até meus sentimentos.
Me deixa perder a razão.
Errar e não aprender.
Fingir e esperar, fugir para esquecer.

ludibriando e seduzindo

Vestiu uma máscara e uma capa, lhe coube a fantasia completa. Incorporou um personagem. Viveu isso, todos os dias. Fez da mentira seu cotidiano. Quis ser tudo, mas na verdade não era nada. Monge, mestre ou santo, quanto maior a fé, maior o engano.

Levou tão a sério ser esse ser montado, com roupas, nomes e fatos inventados, que não sabe mais quem é.

Loucura, insanidade, doença ou maldade?

Se seu mestre é uma mentira, então o que é verdadeiro no seu aprendizado?

O amor é a maior verdade nesse caminho, por vezes tão esquisito.

Sou um corpo com duas almas e dois corações.

chega de saudade

Chega de saudade
a realidade, é que sem ele não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai.

Tom Jobim.

Tenho contado os dias, logo vou contar as horas. E quando acabar as horas e chegar o dia? Contarei as ondas, as estrelas, os coqueiros, os sorrisos, as flores, os novos amigos.  Contarei histórias.

Tudo que me obriga, me prende, me força, também me sufoca, incomoda e agonia. Eu tento, mas não sei ficar. Idealizei criar raízes, fincar os pés, mas confesso que gosto mesmo é de voar.

a insônia é um demônio.

amiga do tempo

O tempo voa e eu já nem me incomodo tanto com meus cabelos brancos. Não tenho usado maquiagem. Não tenho ido ao salão de beleza. Não perdi a vaidade, mas, é diferente. Ganhei outras coisas. Umas tais responsabilidades e aprendizados imensuráveis. Não corro, nem tenho pressa. Cada vez olho mais para dentro, de mim e das pessoas. Tenho mais consciência do meu corpo, funcionamento do meu organismo e da minha respiração. Envelhecer não é pesado, é leve. Pareço flutuar. Minha pele está com uma textura diferente e mais colorida, meus músculos mais flexíveis. O tempo voa e eu percebo seus efeitos no meu corpo, na minha alma e mais ainda no meu coração, que transborda de amor, mais e mais.

Andando pelas ruas... Catando lixo, Cantando mantras. Sorrindo para desconhecidos.

Não é todo lixo, quando me incomoda e dá, eu cato, seguro e jogo na próxima lixeira. E Recife tem tão poucas lixeiras nas ruas e tanta gente mal educada que joga lixo no chão.

realizando sonhos

Não faz muitos dias li uma advertência fascinante: Cuidado com o que você pede, você pode conseguir. E eu complemento: Cuidado com que você imagina, você pode realizar. Tão forte quanto a prece, nosso pensamento tem uma força descomunal.

Tenho vontade de conhecer vários lugares no mundo, mas um, em especial, sempre me encantou em damasia e  ocupou por muitos anos o topo da minha lista. Mas, por ser um destino distante e por isso não ser barato, esse lugar foi ficando mais na minha imaginação do que nos meus planos. Fiz algumas contas sim, mas imaginei muito mais do que planejei. Perdi as contas de quantas vezes viajei nos meus pensamentos e sonhei está lá.
Desejei tão profundamente e com todo meu coração que acabo de realizar o comecinho desse sonho: Passagens compradas, sorriso sem tamanho no rosto e um friozinho na barriga.

jogando contra

Semana passada Brisa matou um timbu. Brisa é minha cadela. Ela é da raça rhodesian ridgeback, natural da África e conhecida lá por caçar leão. Os caçadores usavam matilhas desses cães para acuar e cansar os leões na antiga região da Rodésia, hoje Zimbabwe. Aqui o leão é símbolo do Sport Clube do Recife, principal adversário do time que eu torço desde criança: o Clube Náutico Capibaribe que tem como mascote o timbu. Vejam só que ironia, na falta de leão, ela caça timbu.

Atualmente o Náutico ocupa o décimo lugar na tabela do Brasileiro da série B, vem caindo de produção e de posição a cada rodada. Já até perdi as contas de quantos jogos meu time não ganha. Enquanto o Leão, está em sexto e várias rodadas sem perder. É... o timbu está mesmo se dando mal.