Wednesday, May 17, 2006

Por algum motivo qualquer eu cresci na defesa. Sensível ao extremo me magoou muito fácil e absorvo ‘as dores do mundo’. Desconfiada, manti sempre um pé atrás.
As vezes até parece que as pessoas, comigo, têm que passar por um teste...
Tive dificuldade para me relacionar e fazer amizades. Eu tenho um ‘q’ de bicho do mato!
Nunca acreditei em sorrisos, em sentimentos nascidos do nada e elogios sem interesses.
Fazer um amigo pra mim foi sempre uma coisa natural, mas que levava tempo e um certo trejeito. Sei que não sou a melhor pessoa para se conviver, mas sei ouvir, tamém sei reconhecer meu erro e valorizar um verdadeiro amigo.
Eu não conceituo as coisas na vida como certo ou errado. Então digamos que ser assim não é legal. Não tenho culpa e mudar não é tão fácil... A minha meta é melhorar, tenho conseguido, aqui, ali, lentamente...
E assim nasce uma nova amizade. Amizade essa que sofreu todas as minhas intolerâncias, suportou a tal desconfiança, porém não se abalou, permanecendo forte e hoje sorri feliz a cada dia que renasce.
"A vida é uma coisa engraçada. Ela vai sozinha, como um rio, se você deixar. Mas você também pode botar um cabresto, fazer dela o seu cavalo. A gente faz da vida o que quer. Cada um escolhe a sua sina. Cavalo ou rio."
O Homem do Ano

Monday, May 08, 2006

7 de maio

Todo ano era a mesma coisa: Sentia o estranho desejo que aquela data sumisse do calendário. Se sentia estranha. Estranhamente perdida. Os dias que antecediam aquela data eram de muita agonia. E mesmo com tantos planos, tinha a sensação de que nada foi feito. Parecia que aquela voz que sussurrava cobrando: -Menina, o tempo está passando! ficava mais evidente nesse dia e ela odiava cobranças.
Não queria comemorar. Talvez tivesse motivos para isso, enfim continuava viva, depois de querer desistir tantas e tantas vezes, mas sentia a necessidade de ficar quieta. Não tinha más recordações desse dia, nem traumas, não que ela lembrasse, preferia então não criar um...
Era o dia do ano que mais demorava a passar, mas passava e no dia seguinte ela sempre se sentia melhor.

floresta do sofrer

Corria por entre as árvores que ela mesma plantara anos atrás. Dessa vez fazia tempo que não voltava naquele lugar. Sentia o gosto amargo na boca. Aquele gosto que ela já conhecia. Sabia que ali ninguém iria encontrá-la. Sabia que ali estava segura e só. Podia chorar e gemer alto que ninguém escutaria, porque era assim que ela gostava de sofrer quando seu coração doía.
A sombra das árvores deixava o ambiente escuro e sombrio, mas ela não se importava. Cansada de tanto choro e soluço, adormeceu. Sonhou com o seu mundo real, acordou perturbada, e lembrou o motivo de ter plantado tantas arvores. Havia feito uma floresta, então chorou ainda mais. Procurou as sementes que estavam no seu bolso, afinal era para isso que estava ali.
Caminhando lentamente foi deixando aquele lugar. Deixava para trás toda dor e lamento. Baixinho balbuciava uma prece: Pedia para não ter mais que voltar ali, mas sabia que era em vão, logo voltaria.